Os alunos indígenas da Aldeia Sol Nascente - Osório/RS escreveram sobre a utilização dos cestos e balaios antigamente e hoje. Segue abaixo os depoimentos:
“Antigamente
meus avôs e meus bisavôs faziam todos os tipos de balaio. E cada balaio usava
para cada coisa. Para carregar milho da roça, para carregar criança enquanto
dormia e outro tipo para colocar semente no sol ou em cima da fogueira, já
outro para guardar resto de comida, quati, tatu ou peixe cozido.
Já
hoje, não é mais assim, quem faz balaio é para vender e para sustentar sua
família, porque hoje não tem mais caça, não tem mais pesca. Onde tem caça não
dá mais para caçar, porque é proibido, aí temos que fazer balaio para vender.” (Pablo Natalício de Souza- 22 anos, 6º ano)
“Antigamente
o cesto era utilizado pelas mulheres para carregar sementes de milhos e as
crianças. E hoje, os Guarani fazem cestos para vender para os brancos. Assim,
os Guarani ganham o dinheiro e o dinheiro alimenta as famílias. Mas as vezes os
Guarani ainda usam para guardar as sementes.”
(Giovane da Costa Fernandes – 13 anos, 6º ano)
“Anos
atrás, os índios fizeram tantos balaios para guardar os milhos e sementes e
agora faz balaio para vender também.” (Lucimara Gimenes Timóteo – 9 anos, 4º ano)
“Em
nossos tempos antigos, os cestos eram utilizados pelas mulheres para carregar
as sementes de milho, melancia, melão, batata-doce, para serem plantadas nas
roças. E a cesta servia também para carregar as crianças. E hoje servem para
vender e achar dinheiros para com prar comidas dos brancos e não tem mais sementes
sagradas.” (Francisco Cabrino G. Timóteo – 12 anos, 5º ano)
“Anos
atrás os Guarani faziam o balaio para guardar as sementes para não perderem, se
um dia eles quiserem plantar de novo eles vão ter o que plantar. O balaio
servia para essas coisas, mas agora faz balaio só para vender. Algumas vezes
faz para guardar as sementes.” (Lisiane Timóteo -
15 anos, 5º ano)
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