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quarta-feira, 3 de agosto de 2011

"Índio supera preconceito e se forma na Universidade Federal do Acre"


formatura___215_Força de vontade, garra e determinação para alcançar seus objetivos, foi o que fez Adaisio Luiz 37 anos, da tribo Yawanawá, distante oito horas de barco da cidade de Tarauacá. Luiz realizou este ano o sonho de se tornar bacharel em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Acre. Sua história de vida é marcada por muitos acontecimentos que daria com certeza, roteiro para muitos diretores de cinema.
Aos seis anos saiu de sua comunidade indígena para morar em Rio Branco com um irmão. Durante esse período estudou, fez o ensino básico e o médio e aos 16 anos tentou vestibular para direito pela universidade federal do Acre. Passou na primeira fase, mais devido uma fraude no vestibular daquele ano, não consegui fazer a segunda fase das provas e acabou sendo prejudicado.
Um ano depois aos 17 anos foi trabalha como radialista na Radio Difusora Acreana, apresentava o programa à voz da floresta, que abordava questões sociais como saúde, educação, políticas sociais e qualidade de vida para as populações ribeirinhas os seringueiros e os índios. Também trabalhou como cinegrafista para a União Nacional do Índio (UNI).
Nesse mesmo período a convite de uma organização voltada para a proteção das tribos indígenas da Amazônia, a CAICA, ele viaja para a Colômbia, Venezuela e o Equador para divulgar e expandir as questões indígenas.
Em 1995, Adaisio viajou para os Estados Unidos, para concorrer a um prêmio com o documentário intitulado "Queremos viver", que mostra a história dos povos indígenas da mundialmente conhecida floresta Amazônica.
Depois de todas essas experiências, retornou a Rio Branco e continuou trabalhando como cinegrafista e apresentou um programa voltado às nações indígenas na UNI. Aos 22 anos em 1997 voltou para a comunidade que tinha saído ainda criança, para trabalhar como monitor de educação, hoje denominado professor indígena. Enfrentou preconceitos de todos os lados. "sofri mais preconceitos da minha tribo do que do homem branco". Comenta Adaisio. Ele relata também que sofreu uma espécie de aculturação por ter morado muito tempo em Rio Branco. "Quando voltei para a tribo, já tinha absorvido todos os costumes do homem branco, usava brinco, gostava de rock, não conseguia fala mais a língua Yawanawa, foi muito difícil a readaptação as minhas origens, e a comunidade não aceitava as mudanças e costumes trazidos da cidade, tive que aprender tudo de novo. "
 Foi com o tempo que a aldeia foi se acostumando com o índio que tinha ido para a cidade ainda criança e retornado a sua aldeia anos depois para levar educação ao seu povo. Sua determinação em ajuda sua gente fez com que Adaisio, durante 4 anos se deslocasse de sua aldeia toda semana por várias horas para chegar ao núcleo da Universidade Federal do Acre em Tarauacá e concluir o curso de Ciências Biológicas. Foi através do PROFIR, programa especial de formação de professores, uma parceria do Governo do Estado do Acre junto a Secretária Estadual de Educação e a Universidade Federal do Acre (UFAC), que Adaisio conseguiu realizar o sonho de ter um curso superior. O programa visa capacitar os educadores e oferecer melhores condições de ensino as comunidades mais afastadas do estado. Ele e o único índio dos 43 formandos do curso.
Hoje Luiz é respeitado pelos Yawanawás, visto com um guerreiro, um lutador que apesar de todas as adversidades da vida nunca desistiu de lutar e sonhar com aquilo que mais gosta de fazer, repassar conhecimentos para as comunidades mais isoladas dessa nossa imensa e rica floresta amazônica.

http://www.oriobranco.net/educacao/16498-indio-supera-preconceitos-e-se-forma-na-universidade-federal-do-acre.html

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