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Trago algumas notícias interessantes e outras intrigantes, se possível atualizadas!!!
Material para pesquisa sobre os Povos Indígenas!!!
Reflexões sobre a Lei 11.645\08
Trabalhos realizados com os alunos indígenas da Aldeia Sol Nascente\Osório-RS!!!
Divulgação sobre o projeto "Povos indígenas: na perspectiva da alteridade"!!!!

E muito mais...




sábado, 31 de março de 2012

Venda de artesanato indígena

A venda de artesanato da Aldeia Sol Nascente é o principal trabalho remunerado. Valorize a identidade Mbya Guarani comprando os diferentes artesanatos da Aldeia. Veja alguns modelos:

















Onde são vendidos os balaios e os outros artesanatos? Alguns alunos responderam:

“O artesanato é vendido em qualquer lugar, principalmente na cidade, mais as vezes vendem na aldeia mesmo, porque alguém vem para comprar.”
(Lisiane Timóteo – 15 anos, 5º ano)

“Os artesanatos são feitos aqui na aldeia e são vendidos na cidade, na feira, em calçadas, nas escolas ou aqui mesmo.”
(Francisco Cabrino Gimenes Timóteo – 12 anos)

“Índio traz artesanato do mato, vende na cidade Capão da Canoa, Osório, Santo Antônio da Patrulha e Porto alegre. Vende na rua ou no Briqui.”
(Denilson Morínico Lopes – 11 anos, 4º ano)

“Vende na tenda, na Aldeia e aqui na escola também, vende para alguém e vende em todas as cidades.”
(Lucimara Gimenes Timóteo – 9 anos, 4º anos)





Artesanato na Aldeia Sol Nascente

O trabalho de artesã e artesão:








quarta-feira, 28 de março de 2012

Mostra Mbya Guarani sobre "Trabalho"


Mostra fotográfica realiza pelos alunos indígenas, mostrando alguns trabalhos existentes na Aldeia Sol Nascente. (2009)



                                                     (lavar roupa)
                                                 (escultura em madeira)
                                               (cuidar dos filhos)
                                                   (plantar)


E outros que ainda não foram fotografados..


"Os brasileiros não aceitam os índios", afirma diretor de 'Xingu'


28 de março de 2012 15h34  

Cao Hmaburguer, diretor de 'Xingu', falou da produção do longa, que conta a história dos irmãos Villas-Bôas

Gisele Alquas
Direto de São Paulo

Estreia no dia 6 de abril o filme Xingu, de direção de Cao Hamburguer. O longa conta a história dos irmãos Villas-Bôas: Cláudio (João Miguel), Orlando (Felipe Camargo) e Leonardo (Caio Balt), que se alistam na Expedição Roncador-Xingu, na década de 1940, e partem em uma missão com o objetivo de proteger os índios dos brancos. Elenco e direção receberam a imprensa na tarde desta terça-feira (27), em São Paulo.
Hamburguer falou de suas expectativas em relação ao projeto e citou algo que percebeu durante suas pesquisas: o preconceito que ainda há com os índios: "vi que infelizmente os brasileiros não aceitam os índios até hoje. É um absurdo essa rejeição, mas ela existe". O diretor chegou a esta conclusão durante as gravações, que ocorreram na floresta amazônica, devido as queimadas nas fazendas próximas e o desmatamento: "o tanto de queimadas que há naquele local, o tanto que desrespeito em não se importar com a preservação da floresta é absurda. É um tesouro que temos que o Brasil está destruindo", afirmou.
O diretor chegou até o tema por meio do cineasta Fernando Meirelles - produtor do filme - que por sua vez foi procurado pela família de Orlando para que levasse a história dos irmãos Villas-Bôas para as telonas. Meirelles, a princípio, ignorou o projeto, mas ao ler o livro A Marcha para o Oeste, um diário escrito pelos irmãos durante a expedição, o cineasta logo se encantou pelo conteúdo. "Quando o Fernando me explicou, pedi um tempo para pesquisar, pois tinha poucas informações deles. Mas ao entender quem eram os Villas-Bôas, achei a história muito envolvente", explicou o diretor.
Hamburguer contou com a colaboração da antropóloga Maria Büller, que trouxe para o projeto peculiaridades retiradas das famílias e conhecidos dos irmãos. O filme demorou cinco anos para ficar pronto, entre produção e filmagens. Em um período de 25 dias, durante o início, a equipe viajou três dias para o Parque Indígena do Xingu, que fica no Nordeste do Mato Grosso em plena floresta amazônica. "Conseguimos um material riquíssimo e infelizmente muitas cenas tiveram que ficar de fora", lamentou o diretor.
Para a escolha do elenco, Hamburguer contou que já imaginava João Miguel para o papel de Cláudio, o líder da expedição: "já conhecia o trabalho dele e sabia que tinha a capacidade. A partir do João, pensei no Caio porque já tínhamos trabalhado juntos e conheço o seu talento. E o Felipe, eu tinha certeza que iria dar o tom certo para o papel. Fiquei muito satisfeito com o resultado". O núcleo dos índios foi escolhido por meio de testes. Segundo o diretor, esses "atores" se dedicaram e se entregaram demais ao projeto. "Escolhemos os melhores e nem pareciam que estavam atuando", disse. A produção de Xingu custou R$ 14 milhões.
Atualmente, 16 povos indígenas habitam O Parque do Xingu, que completou 50 anos em 2011.

Fonte: http://cinema.terra.com.br/noticias/0,,OI5690508-EI1176,00-Os+brasileiros+nao+aceitam+os+indios+afirma+diretor+de+Xingu.html

Cestos e balaios...



Os alunos indígenas da Aldeia Sol Nascente - Osório/RS escreveram sobre a utilização dos cestos e balaios antigamente e hoje. Segue abaixo os depoimentos:

“Antigamente meus avôs e meus bisavôs faziam todos os tipos de balaio. E cada balaio usava para cada coisa. Para carregar milho da roça, para carregar criança enquanto dormia e outro tipo para colocar semente no sol ou em cima da fogueira, já outro para guardar resto de comida, quati, tatu ou peixe cozido.
Já hoje, não é mais assim, quem faz balaio é para vender e para sustentar sua família, porque hoje não tem mais caça, não tem mais pesca. Onde tem caça não dá mais para caçar, porque é proibido, aí temos que fazer balaio para vender.”  (Pablo Natalício de Souza- 22 anos, 6º ano)


“Antigamente o cesto era utilizado pelas mulheres para carregar sementes de milhos e as crianças. E hoje, os Guarani fazem cestos para vender para os brancos. Assim, os Guarani ganham o dinheiro e o dinheiro alimenta as famílias. Mas as vezes os Guarani ainda usam para guardar as sementes.”
                                                                (Giovane da Costa Fernandes – 13 anos, 6º ano)

“Anos atrás, os índios fizeram tantos balaios para guardar os milhos e sementes e agora faz balaio para vender também.”  (Lucimara Gimenes Timóteo – 9 anos, 4º ano)

“Em nossos tempos antigos, os cestos eram utilizados pelas mulheres para carregar as sementes de milho, melancia, melão, batata-doce, para serem plantadas nas roças. E a cesta servia também para carregar as crianças. E hoje servem para vender e achar dinheiros para com prar comidas dos brancos e não tem mais sementes sagradas.”  (Francisco Cabrino G. Timóteo – 12 anos, 5º ano)

“Anos atrás os Guarani faziam o balaio para guardar as sementes para não perderem, se um dia eles quiserem plantar de novo eles vão ter o que plantar. O balaio servia para essas coisas, mas agora faz balaio só para vender. Algumas vezes faz para guardar as sementes.”  (Lisiane Timóteo - 15 anos, 5º ano)



Ilustração dos trabalhos realizados na Aldeia

As ilustrações a seguir foram realizadas por alunos indígenas do 1º, 2º e 3º anos da Aldeia Sol Nascente - Osório/RS, com auxílio do Professor indígena Sergio Gimenes, com o tema do projeto "Trabalho".






27/0302012

Comissão aprova mais recursos para a educação de índios e quilombolas


22/03/2012 19:28

 A Comissão de Direitos Humanos e Minorias aprovou nessa quarta-feira o Projeto de Lei 1518/11, da deputada Janete Rocha Pietá (PT-SP), que torna obrigatória a reserva de 0,5% dos recursos destinados ao desenvolvimento do ensino exclusivamente para a educação indígena ou quilombola. O objetivo da proposta é proporcionar aos índios e quilombolas a recuperação de suas memórias históricas, além de reafirmar suas identidades étnicas e valorizar suas línguas e ciências.

A relatora na comissão, deputada Rosinha da Adefal (PTdoB-AL), lembrou que a Constituição apresenta vários dispositivos que reconhecem a importância das sociedades indígenas e dos remanescentes de quilombos agrupados em diversas comunidades no País. Ela acrescentou que esses segmentos foram tradicionalmente excluídos da história oficial e das políticas públicas.
“A legislação assegura às comunidades indígenas a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem”, afirmou. A parlamentar argumentou também que o Estado tem obrigação de proteger as manifestações culturais populares, indígenas e afro-brasileiras, entre outras.

Rosinha explicou ainda que, embora os direitos desses segmentos sejam garantidos pela Constituição, muito ainda precisa ser feito para assegurar às comunidades indígenas e quilombolas seus direitos fundamentais. “Sabemos que a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96), de forma pioneira, incluiu três artigos que asseguram a existência da educação indígena, e determina que o Poder Público tem o dever de garantir a oferta de uma educação bilíngue, diferenciada, e de respeito à diversidade dos povos indígenas. No entanto, foi omissa no que se refere às comunidades quilombolas. Por isso somos a favor dessa proposta”, esclareceu.

Tramitação
A matéria, que tramita em caráter conclusivo, ainda será examinada pelas comissões de Educação e Cultura; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Íntegra da proposta:

Reportagem – Jaciene Alves
Edição - Juliano Pires

"A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara de Notícias'

Fonte: http://www2.camara.gov.br/agencia/noticias/EDUCACAO-E-CULTURA/412453-COMISSAO-APROVA-MAIS-RECURSOS-PARA-A-EDUCACAO-DE-INDIOS-E-QUILOMBOLAS.html

terça-feira, 27 de março de 2012

Observação dos trabalhos existentes na Aldeia Sol Nascente - Osório/RS


O tema desse ano, 2012, do Projeto "Povos Indígenas na perspectiva da alteridade é "Trabalho". E os alunos indígenas da etnia Mbya Guarani da Aldeia Sol Nascente, em Osório/RS, juntamente com a Professora Josieli e o Professor indígena Sergio Gimenes observaram os trabalhos existentes na comunidade e registraram dessa forma, conforme o quadro abaixo.

Trabalhos na Aldeia

Doméstico
De subsistência
Remunerado
Cozinhar;
Lavar roupas e louças;
Cuidar da casa e do pátio;
Catar lenha;
Cuidar dos filhos e irmãos;
Costurar roupas;
Construir casas.
Plantar;
Caçar e pescar quando é possível;
Fazer artesanato;
Criar animais domésticos.

Professor indígena;
Agente de saúde e agente sanitário;
Merendeira da escola;
Vendedor de artesanato.

Depois de analisarem o quadro pronto e verificar esses tantos e diferentes trabalhos que existem na Aldeia e que envolvem a família toda, surgiram muitas reflexões e a mais significativa foi: "Por que os indígenas são tachados de preguiçosos e muitos afirmam que eles não trabalham ou não sabem trabalhar?"


Dê a sua opinião! Faça um comentário! Estamos aguardando!!

Abraço à todos!

domingo, 25 de março de 2012

Projeto Povos Indígenas: na perspectiva da alteridade


ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL GENERAL OSÓRIO

JOSIELI E SILVA

POVOS INDÍGENAS
NA PERSPECTIVA DA ALTERIDADE

Osório

2012

Contexto de trabalho

Escola Estadual de Ensino Fundamental General Osório

Classe escolar indígena: Aldeia Sol Nascente, Estrada do Mar, Km 13, Osório-RS

Séries: anos iniciais da educação básica

Público alvo: professores, alunos, a comunidade da aldeia e a comunidade envolvente

Etnia: Mbyá Guarani

Realização: professores da classe indígena da aldeia

Professora responsável: Josieli e Silva

Contatos: (51)9802-2440-Vivo (51)8224-0961-Tim (51)3601-1702-Fixo 

Apoio: 11ª CRE- Coordenadoria Regional de Educação

Enfoque desse ano: “Trabalho”

Povos Indígenas: na perspectiva da alteridade

Apresentação

            O projeto foi elaborado a partir da observação do comportamento de socialização apresentado, tanto pela comunidade da Aldeia Sol Nascente da cidade de Osório, como a sociedade envolvente. O desconhecimento de ambas as partes é visível. Assim, oportunizamos um momento de conhecer o outro e poder contribuir com suas necessidades e inquietudes. Faz se necessário conhecer para valorizar e entender o que me causa estranhamento e resistência. 

Justificativa

A importância do projeto é notória já que, aproveitando o mês de comemorações indígenas, além de proporcionar uma integração entre a aldeia e a comunidade envolvente, trazendo respeito e valorização para os indígenas e agindo de forma a contribuir com a afirmação aos costumes tradicionais, serve de subsídio e enriquecimento para o desenvolvimento dos conteúdos curriculares e temas transversais, como história e cultura indígenas e pluralidade cultural, contemplando a Lei 11.645\2008.

Objetivos

·        Estimular e propiciar práticas de alteridade;
·        Promover a integração entre diferentes culturas;
·        Difundir a cultura Mbyá Guarani, para que a mesma seja respeitada;
·        Valorizar a cultura indígena brasileira;
·        Conhecer a comunidade envolvente, da Aldeia Sol Nascente, Osório\RS.
Conteúdos

Todas as áreas do conhecimento, principalmente História (História dos Povos Indígenas no Brasil; situação atual); Língua Portuguesa (textos relacionados com o tema, línguas Indígenas faladas no Brasil); Geografia (onde estão distribuídos os diferentes Povos Indígenas no Brasil e no mundo, questão das terras); Ciências (relação com o cosmo, plantas medicinais, alimentação saudável...); Educação Física (jogos e brincadeira indígenas e de origem indígena); Ensino religioso (Mitos de origem, relação com a espiritualidade); Educação Artística (artesanato indígena) e demais áreas interessadas.


Cronograma de atividades

Ações
Período
“Mês dos Povos Indígenas”: cada ano um tema é desenvolvido, primeiramente com os alunos indígenas e depois nas escolas regulares.  As produções e registros escritos pelos alunos indígenas são publicados no Blog e podem ser trabalhados em outras escolas.
Sugestões de atividades para as visitas na Aldeia ou na escola acolhedora:
            ·  Agendamento de visitas na Aldeia ou em escolas da região;
            · Apresentações dos alunos indígenas e um pouco da história da Escola;
            ·  Apresentação da escola visitante ou acolhedora;
            ·  Coral tradicional Tekoá Kuaray Rexe;
            ·  Exposição de painéis sobre trabalhos realizados;
            ·   Apresentação em datashow sobre a realidade da aldeia;
  • Debates e reflexões;
  • Exposição e venda do artesanato indígena;
  • Campanha de doação de alimentos para a comunidade da aldeia;
  • Futebol da diversidade;
  •  Jogo da verdade (perguntas relacionadas ao tema);
  • Trilha com perguntas;
  • Trilhas ecológicas com fotos da flora e fauna da aldeia;
  • Panelinha de barro (confecção de panelas de barro e fogo de chão e conversas sobre os alimentos tradicionais);
  • Contação de histórias na Língua Guarani;
  • Balaios e tramas;
  • Brincadeiras e jogos tradicionais;
  • Roda de fogueira e chimarrão;
  • Navegação no blog sobre os Povos indígenas;
  • Lanche coletivo;
  • Nos surpreenda, propondo outras atividades de alteridade...
Abertura do projeto no mês de abril e desenvolvido ao longo do ano letivo.
“Blog interativo”: página na internet com vários links relacionados com os povos indígenas, divulgação dos encontros realizados, notícias que estão na mídia, textos escritos pelos alunos indígenas, sugestões de leituras, sugestões de aulas, material para download, dentre outros.
Durante todo o ano
Oficinas pedagógicas para alunos e professores: aceito convites para oficinas e palestras.
Durante todo o ano


Recursos

Os recursos são bem variados, além de todos aqueles disponíveis na escola, folha de ofício, têmpera, cola branca e quente, revistas velhas, lápis de cor, caneta hidrocor, papel pardo, bola, massinha de modelar, também é usado jogos pedagógicos, datashow, computador, notebook, internet, máquina fotográfica, artesanato produzido pelo Povo Guarani, livros didáticos, livros de literatura infanto-juvenil, livros de pesquisas, livros escritos pelos indígenas, dentre outros.

Avaliação

A avaliação é feita em reuniões com por todos da Aldeia, professores, pais, alunos e o Cacique, sempre com novas sugestões e observações diárias.
Todos os envolvidos nessa proposta de ensino-aprendizagem gostaram muito, principalmente dos encontros. E perceberam que precisamos conhecer, respeitar e aprender mais com o outro. Os alunos indígenas ficaram espantados com as curiosidades dos alunos da cidade, revelando a falta de conhecimentos quanto a sua cultura indígena. As escolas visitantes estavam abertas para novas experiências de alteridade. Estamos na expectativa de um novo encontro...


Referências bibliográficas

FREIRE, José Ribamar Bessa. Cinco ideias equivocadas sobre os índios. In: Educação, cultura e relações interétnicas, Ahyas Siss e Aloísio Monteiro. Rio de Janeiro: Editora da UFRRJ, 2009. p. 80 a 105.
BENITES, Marco Adolfo. Cultura. Trabalho realizado em sala de aula. Osório, 2010. Disponível em: < http://indiocidadaodomundo.blogspot.com> Acesso em: 2 out. 2011.

 CENTRO OPERACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS, Implementação do ensino da História e cultura indígena na educação. Porto alegre: Ministério Público/Procuradoria-geral de Justiça, abril de 2010.

LUCIANO, Gersem dos Santos. O Índio Brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação continuada, Alfabetização e Diversidade; LACED/Museu Nacional, 2006.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, Secretaria de Educação a Distância. Índios no Brasil. Brasília: MEC, 1999. (Cadernos e vídeos da TV Escola)

OLIVEIRA, João Pacheco de e Carlos Augusto da Rocha Freire. A presença Indígena na formação do Brasil. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação continuada, Alfabetização e Diversidade; LACED/Museu Nacional, 2006.

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, Casa Civil. Lei nº 11.645, de março de 2008. Disponível em . Acesso em: 08 mar. 2011.

SARAIVA, Sabine. A política curricular no Brasil: entre valorização da diversidade cultural, consideração das memórias particulares e construção de uma história compartilhada. Tradução de Marcelo Ferreira. Revista Eletrônica de Educação. São Carlos, SP: UFSCar, v. 4, no. 2, p. 85-110, nov. 2010. Disponível em . Acesso em: 04 maio 2011.

SILVA, Maria da Penha da. A temática indígena no currículo escolar à luz da Lei 11.645/2008. Cad. Pesq., São Luís, v. 17, n. 2, maio/ago. 2010. Disponível em

VIEIRA, Paulo Alberto dos Santos e Valter Roberto Silvério. Tempos presentes: Políticas públicas contra as desigualdades étnico-raciais na Educação brasileira: as Leis 10639/03 e 11645/08. Disponível emhttp://www.simposioestadopoliticas.ufu.br/imagens/anais/pdf/CC12.pdf. Acesso em novembro de 2010.
GRUPIONI, Aracy Lopes da Silva e Luís Donizete Benzi (org). A temática indígena na escola: novos subsídios para professores de 1º e 2º graus. Brasília, MEC/MARI/
UNESCO, 1995.


REVISTA ÍNDIO, História, Cultura e Política.  Ministério da Cultura/ Secretaria de Políticas Culturais: Programa Cultura e Pensamento/MinC, ano 1, nº 1 e nº 2. 2011.
COMIN/CAPA (Parceria) & Escolas Indígenas da Terra Indígena Guarita, Org. José Manuel Palazuelos Ballivián. Belo Horizonte: UFMG, 2006.

Anexos

            Endereço do blog: http://indiocidadaodomundo.blogspot.com/

                Para refletir:
Alteridade
A palavra alteridade significa para ket: O significado da palavra alteridade possui o sentido de colocar-se no lugar do outro numa relação interpessoal junto com a consideração, valorização, e dialogando com o outro. Isso ocorre com relações étnicas, religiosas, etc. Não há a preocupação de destruição da outra cultura quando a prática da alteridade acontece, no modo de agir, de pensar ou falar, o etnocentrismo não vai ser um problema. A prática da alteridade leva ao ato da cidadania estabelecendo uma relação pacífica e construtiva com a diferença, conforme se identifique, discirna e aprenda a aprender com o contrário. O choque sempre ocorre, a partir do momento em que duas ou mais culturas encontram-se, mas isso é necessário para que haja a troca de informações entre eles, uma relação interpessoal. Para a antropologia o conceito de unidade o homem é a facilidade de criar modos de vida e formas de organização social muito diverso. A semelhança entre os seres humanos é a capacidade para se diferenciar uns dos outros, para elaborar costumes, línguas, modos de conhecimento, instituições, jogos muito diversos. O projeto antropológico consiste no reconhecimento e conhecimento junto com a compreensão de humanidade plural. A abordagem antropológica provoca a revolução do olhar, implicando numa mudança radical, ruptura com idéias.
O sinônimo é "relação interpessoal".
O antônimo da palavra "alteridade" é "preconceito".

segunda-feira, 19 de março de 2012

Visita da FURG na Aldeia Sol Nascente

Nesta última sexta-feira, dia 16 de março, recebemos na Aldeia Sol Nascente de Osório/RS a visita da Professora de Arqueologia da FURG - Universidade Federal do Rio Grande/RS Vanderlise Machado Barão e sua orientanda de graduação Ana Fragoso,  para conversas e parcerias para possíveis projetos.
Participaram também o Cacique da Aldeia, os professores e alguns alunos interessados ou curiosos com a visita.
Esperamos trabalhar juntos este ano!



Abraços!



quarta-feira, 7 de março de 2012

Crianças indígenas de ontem e hoje


Comparar o modo de viver de diferentes povos em épocas distintas é uma maneira eficiente de discutir a diversidade


Entre o povo kamayurá, no Norte do
Brasil, as ocas eram construídas com estruturas de madeira e taquara,
além da cobertura de palha. Elas
não têm divisão interna e servem
de moradia para várias famílias.
Hoje, estas habitações continuam
a existir nas aldeias. Foto: Renato Soares
MODOS DE VIVER Entre o povo kamayurá, no Norte do Brasil, as ocas eram construídas com estruturas de madeira e taquara, além da cobertura de palha. Elas não têm divisão interna e servem de moradia para várias famílias. Hoje, estas habitações continuam a existir nas aldeias.


Propor um estudo sobre crianças indígenas do passado e do presente é uma forma de aproximar as turmas dos anos iniciais do Ensino Fundamental de um dos conteúdos da disciplina: a história dos índios do Brasil. Essa abordagem é resultado de uma pesquisa desenvolvida nos Estados Unidos e que foi publicada no livro Connecting Children with Children - Past and Present (Conectando Crianças com Crianças: Passado e Presente, ainda sem tradução no Brasil). "Com esse recorte, trazemos o modo de vida das crianças indígenas de outras épocas para os dias de hoje", explica a historiadora Maria Auxiliadora Schmidt, professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR). 

Essa proposta de trabalho tem outro benefício: romper com as generalizações que ignoram as características dos 230 diferentes povos que habitam o Brasil (leia o quadro abaixo). Hoje, há 500 mil índios no país, segundo um levantamento da Fundação Nacional do Índio (Funai) de 2011. Eles formam um conjunto diverso: há os que vivem isolados ou mantendo pouco contato com outros povos e os que estão integrados ao restante da população brasileira. Nesse segundo grupo, o cotidiano não segue um padrão, pois eles vivem realidades diferentes. Alguns frequentam escolas indígenas e aprendem o português como Língua Estrangeira. Outros fogem da falta de terra e da pobreza do campo, migrando para as periferias de grandes cidades. Há ainda etnias que cultivam brincadeiras típicas, embora tenham abandonado os adornos tradicionais. Uma realidade multifacetada que a escola precisa problematizar. 

É importante reforçar para os alunos que a imagem do selvagem de cocar e penas, cristalizada no imaginário de muitos, não corresponde à realidade. "Ela já não explica a complexidade de situações que atualmente envolvem os modos de ser indígena e precisa ser repensada", diz o antropólogo Florêncio Almeida Vaz Filho, docente da Universidade Federal do Pará (UFPA).

Os erros mais comuns

- Trabalhar temas da cultura indígena em datas pontuais, como o Dia do Índio. A história dos índios não pode ser tratada só em efemérides, com ênfase em aspectos exóticos ou como uma curiosidade. 

- Encarar as etnias indígenas como um todo homogêneo, descontextualizadas de seu tempo histórico. Tal abordagem reforça estereótipos e idealizações. A diversidade das populações indígenas e os conceitos de sua história devem ser debatidos.
Nas bancas
Nova Escola edição 250. Foto: Paulo Vitale. Ilustração Wiliiam Knack
Essa reportagem está na revista NOVA ESCOLA de março (que já está nas bancas de todo o país!). A edição está recheada de atidades de sala de aula e traz ainda uma reportagem sobre novas tecnologias que vão impactar o ensino. Compre já! 

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/criancas-indigenas-ontem-hoje-678556.shtml

Lideranças indígenas de todo o país se reúnem em Luziânia


Inserido por: Administrador em 05/03/2012.
Fonte da notícia: Assessoria de Comunicação - Cimi
Renato Santana
de Brasília (DF)

Cerca de 40 lideranças indígenas de todas as regiões do país estão reunidas no Centro de Formação Vicente Cañas, em Luziânia, Goiás, para analisar a conjuntura indigenista e traçar estratégias de ação contra medidas que visam ferir direitos constitucionais, como ao território, saúde e educação diferenciadas.
O encontro começou nesta segunda-feira, 5, e deve seguir até a próxima sexta-feira, 9. Duas Propostas de Emendas Constitucionais (PECs), que tramitam em comissões na Câmara Federal (PEC 215) e no Senado (PEC 238), são a principal motivação da grande reunião.
“A demarcação e homologação de terras indígenas já estão difíceis de sair no atual governo e no anterior, que apostávamos bastante. Com a aprovação da PEC 215, ficará praticamente impossível de demarcar terras de ocupação tradicional nesse país”, afirma Takywry Kayapó, do Pará.
As PECs visam tirar do âmbito do Executivo a autorização para demarcação e homologação de terras indígenas, transferindo esse poder para o Congresso Nacional. A Fundação Nacional do Índio (Funai) continuaria responsável pelos trabalhos fundiários e antropológicos.
Deve acontecer nas próximas semanas a votação da PEC 215 na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Depois de adiada por duas vezes em dezembro do ano passado, por pressão do movimento indígena, o acordo do governo com a bancada ruralista é de votar a PEC logo na abertura dos trabalhos desse ano.
“Entendemos que essas PECs são anticonstitucionais. Os fazendeiros, garimpeiros e madeireiros estão na campanha para que elas sejam aprovadas. Querem os territórios indígenas para explorá-los. Ou seja, as PECs legitimam a vontade desses grupos”, ataca Neguinho Truká, de Pernambuco.
Para ele, o enfrentamento no Congresso Nacional é desfavorável aos indígenas, posto que a bancada ruralista tem ampla maioria. Com isso, o agronegócio forçaria para que nenhuma terra indígena fosse demarcada, além de querer rever outras já demarcadas e homologadas.
“A única coisa que temos nos querem tirar, que é a Constituição. Os quilombolas nem isso têm. As organizações indígenas e não-indígenas precisam se unir para combater essas PECs”, declara Takywry Kayapó.

Criminalização e conflitos

Um dos efeitos mais imediatos da morosidade na demarcação de terras indígenas, ou na não demarcação, são os conflitos entre indígenas e os invasores do território de ocupação tradicional. A demora nas decisões judiciais, caso da Terra Indígena Caramuru-Paraguaçu, na Bahia, pela extrusão também acirra os ânimos.
Tais conflitos trazem um pacote de desgraças aos indígenas: criminalização de lideranças, assassinatos e violação de direitos fundamentais, como saúde e educação. Maurício Guarani, do Rio Grande do Sul, defende que as PECs deixarão a situação ainda pior.
“Isso preocupa muito nós, lideranças indígenas de base, que vivem nas aldeias. Principalmente com medidas de mudanças de direitos que garantem a terra, o atendimento diferenciado na saúde, educação e atividades produtivas”, diz.
Maurício frisa que a terra aos indígenas é fundamental para que as comunidades possam viver de acordo com suas culturas e modos de existência. Já para as grandes empresas e governo, a terra e a natureza significam exploração; retirar de forma depredatória tudo o que ambas podem oferecer em prol de um desenvolvimento genocída e fundamentalista.
“Precisamos mostrar ao mundo que esse desenvolvimento ocorre violando direitos indígenas, quilombolas, ribeirinhos, dos camponeses”, acredita e Takywry Kayapó complementa: “Não somos contra o país melhorar, crescer. O que fazemos é questionar esse desenvolvimento, esse crescimento”.

Falta de consulta

O fato é que o governo federal, conforme dizem os indígenas, pouco os ouve quanto ao modelo de desenvolvimento empregado. Isso em vias práticas significa dizer que as comunidades não foram ouvidas para a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, transposição do rio São Francisco, entre outros grandes empreendimentos.
“Não nos consultaram sobre Belo Monte. É mentira de quem do governo federal diz que fomos consultados conforme exige a Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho)”, afirma Takywry Kayapó.
Neguinho Truká lembra que na UHE Belo Monte estão sendo investidos R$ 30 bilhões, enquanto para a demarcação de terras indígenas menos de 3 milhões. Para a liderança Truká, é preciso denunciar que 80% dos projetos financiados pelo BNDES no Brasil e na América Latina afetam terras indígenas – casos de TIPNIS, na Bolívia, e da própria usina de Belo Monte, no Pará.
“Como pano de fundo dessa conjuntura temos o governo que recebe a Rio+20 para falar da questão ambiental e grandes empreendimentos, mas na perspectiva deles e sem espaço para os indígenas, representados apenas pelo Marcos Apurinã”, protesta Neguinho.
Para as lideranças, o Encontro Nacional servirá também para discutir políticas públicas e mostrar que os indígenas estão de olho aberto, se preparando para a guerra que se avizinha. 

Fonte: http://www.cimi.org.br/site/pt-br/?system=news&conteudo_id=6121&action=read